Os lábios nunca disseram Porque. Era simples assim, não havia nenhuma explicação plausível. Elas estavam juntas, e era isso que interessava. Os corpos, os desejos. Os pecados. O que elas faziam fechadas naquele quarto não importava a mais ninguém.
A pele marcada, os arranhões, o cheiro animal. Nada disso realmente tinha valor algum, porque não era por isso que elas se encontravam. Casualidade? Talvez. Estava mais para uma necessidade. Necessidade de existênia, de abalar valores, de mostrar que elas nadavam contra a maré púdica de máscaras falsas.
Era a necessidade de mentir.
Elas viviam isso a cada instante, a cada olhar, a cada suspiro. E, por todos os dias que elas não se viam, abria uma brecha para as dúvidas, para os rancores. Era quando elas não se viam que realmente nascia a vontade de saber por que. Apenas quando não estavam uma nos braços da outra que os lábios procuravam respostas há muito indesejadas. Era apenas quando elas estavam separadas que nascia o arrependimento por ter acreditado que elas poderiam formar um nós.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
De todos os pecados
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2 comentários:
Agora eu pude sentir a verdadeira essência dessa fic. Agora eu sei o que realmente acontece, e o que eu posso esperar. Preciso dizer que estou ansiosa?! Acho que não.
E esse trecho passa algo que é completamente carnal e, ainda, incompreensível.
Tenho certeza que será um sucesso.
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