quinta-feira, 6 de março de 2008

Cara Ginny

Bateu saudade. Foi assim, uma coisa boba que veio do nada, mas que não foi embora junto com o vento. Ficou e não saiu mais.
E dói. Parece que é uma ferida que não quer cicatrizar. E isso acaba irritando, porque não tem nada pior do que uma ferida que ainda sangra. Mesmo depois de tanto tempo.
Não que não sejam lembranças boas. Acho que foram os melhores da minha vida. Mas não passam de lembranças, e é isso que me magoa. Conversas, por mais que continuem, nunca serão as mesmas de quando éramos adolescentes. Porque em Hogwarts, tudo parecia possível.
Inclusive usar brincos de rabanete e deixar que os zonzóbulos tomassem conta. Porque só lá era possível ser feliz. Junto de vocês.
Foi a primeira vez que entendi o real valor da palavra amigos. Parece engraçado como nenhum dos gnomos jamais foi tão legal quanto vocês. E é isso que ainda sinto, sabe? Porque o tempo não volta atrás.
E quando a saudade vem, me faz lembrar dos seus sorrisos. De todos vocês. Da forma como seus olhos brilhavam, Ginny, ou dos dentes brancos que a Hermione mostrava quando achava que valia a pena. Gostava do modo como as bochechas do Neville coravam ou como o Rony parecia mais bobo ainda quando dava aquele sorriso sem graça. Acho que é por isso que agora machuca: porque nenhuma lembrança consegue fazer jus aos originais.
Mas acho que você sabe disso, não é?
Enfim, quanto mais eu vejo os anos passando, mais eu percebo o quanto tudo aquilo me faz falta. Não que eu não seja feliz agora. O Rolf é maravilhosos, não me entenda mal. Mas é um outro tipo de felicidade. Bem diferente da que eu tive quanto estava junto de vocês.
Mas acho que a saudade passa. Pelo menos essa sensação estranha que não quer parar de cutucar no meu peito.

Carinhosamente,
Luna.

Um comentário:

Noah Black disse...

(meu comentário não foi...enfim)
É um tanto quanto estranho pensar que a Luna cresceu e, por sorte ou não, deixou de ser um pouco lunática. Mas é compreensível essa saudade aguda e, quem sabe, passageir - uma vez que ela se encontrou junto deles em hogwarts e, de repente, todos se dispersaram. Mas eu acho que passa, poeque, mesmo que ela não os veja com freqüência, ela sabe que eles estão bem e felizes, e isso, sendo ela quem é, a conforta.
E é tão gostosa de ler essa carta... (mas eu ainda amo o prólogo!). Parabéns pela sutileza e pela descrição das emoçoes, Morgana - como sempre, eu me impressiono cada vez mais com a sua habilidade e capacidade.